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Por admin | 08/07/2024

Exercício na gravidez pode reduzir diabetes e hipertensão gestacional

Professor de Educação Física da Universidade Veiga de Almeida explica a importância da atividade para gestantes

Exercício físico é definido como um dos pilares para a vida saudável. Porém, durante a gravidez, muitas mães têm medo de que os treinos prejudiquem a gestação, principalmente em função do impacto. Entretanto, é justamente neste período que a mãe deve se exercitar. Além da própria saúde, o exercício físico é benéfico para a criança.

 

O professor de Educação Física da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Bruno Teixeira, explica que, no caso da mãe, os exercícios são importantes para que o ganho de peso na gestação não seja excessivo. O professor da UVA também traz alguns dados:

 

  • Mães que realizam exercícios físicos são capazes de prevenir o risco de ganho de peso de 18% a 61% durante a gravidez;

 

  • Os treinos são também capazes de prevenir diabetes e hipertensão gestacional, reduzir sintomas depressivos e de ansiedade, fortalecer o assoalho pélvico – importante para um bom parto normal e para diminuir risco de incontinência urinária- e ainda evitar que o bebê nasça com excesso de peso;

 

  • Os distúrbios hipertensivos afetam um percentual razoável de grávidas, complicando a gestação. Os exercícios, por sua vez, reduzem entre 39% e 41% o risco de se desenvolver a doença na gestação.

 

A estimativa de ganho de peso para grávidas é de 1,6 kg no primeiro trimestre e 400 gramas por semana ao longo dos demais trimestres. Para quem já tem obesidade, a recomendação é não ganhar peso no primeiro trimestre, pois no período subsequente, existe um risco aumentado do bebê ter ganho de peso excessivo. As estatísticas, entretanto, registram que 50% das grávidas excedem essa orientação.

 

“O ganho excessivo de peso da mãe aumenta o risco nos casos de cesariana, pois podem acarretar bebês grandes para a idade gestacional, criando maior risco de um parto difícil. É também prejudicial para a saúde do próprio recém-nascido. Bebês que nascem com mais de 4kg possuem mais risco de serem obesos e desenvolverem problemas cardiovasculares e de diabetes. Mães que se exercitam reduzem em até 61% o risco de o bebê vir a ser obeso”, esclarece o especialista da Veiga.

 

Como a grávida deve se exercitar?

 

Para o exercício ter efeito protetor, os treinos devem ser realizados pelo menos três vezes por semana, em sessões de 30 a 45 min durante toda a gravidez. Os aeróbicos e a musculação devem ser realizados conjuntamente. Entre os aeróbicos estão bicicleta ergométrica e esteira. “Variar entre os aeróbicos e os treinos de força, é perfeito.  Basta fazer uma atividade que goste porque a adesão é extremamente importante e evitará ainda a dificuldade de perder peso no pós-parto”, ressalta Teixeira. Exercícios de alongamento e yoga também são importantes e podem ser inseridos, pois garantem flexibilidade à mãe, ajudando bastante no momento do parto, além de, durante a gravidez, evitarem dores lombares devido ao crescimento da barriga e ao aumento do peso.

 

Há exercícios não recomendados?

 

Sim. A posição chamada supina – quando a gravida está deitada de barriga para cima – precisa ser feita com bastante cuidado a partir da 20ª semana de gestação. Isso porque esta posição pode comprimir a veia cava inferior, impedindo que o sangue seja levado de volta para o coração de forma adequada. Pode ainda obstruir a aorta e a própria veia cava inferior. O movimento não é proibido, mas deve ser rápido e o ideal é a grávida volte a se sentar a cada realização.  Ou simplesmente, substituí-lo por exercícios em outros equipamentos, que seria mais prudente.

 

Grávidas devem evitar atividade de impacto e com saltos, como jump, spinning (dependendo da intensidade), pedalar na rua (devido ao risco de queda), basquete, futebol, queimado e vôlei, entre outros. A escolha da atividade deve estar de acordo com o nível de condicionamento e experiência prévios da gestante.

 

A temperatura do ambiente de exercícios é importantíssima também. Não deve exceder aos 25 graus e umidade relativa em torno dos 45%.  Para atividades aquáticas em piscinas aquecidas, a água deve ficar em no máximo 33,5ºC. O cuidado com a temperatura ambiente é devido à troca de calor entre o corpo da mãe e o feto. Para dissipar o calor do corpo, a mãe lança mão de vários mecanismos. O feto, porém, dependerá exclusivamente do corpo dela para aliviar o calor.

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